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[Efêmera] O copo meio cheio, meio vazio
Eu não sei até onde consigo me importar com algo, nem até que ponto também não me importo. Sinto-me em transição a maior parte do tempo. Não pertenço a ninguém, mas também não me sinto minha. Às vezes, acho que o espaço-tempo se tornou algo distante; outras, apenas me integro a ele, como se me dissolvesse em cada minuto, cada segundo, cada fração de instante.
Faz tempo que quero escrever sobre isso. Sinto-me oscilando entre a intensidade e o abismo do nada. Não sou ninguém.
Não quero ser um poema, um verso, uma estrofe ou o refrão de uma música. Não quero ser musa, nem tempestade, como costumava me definir anos atrás. Sou o nada, o vazio, o inacabado. E sim, eu sei. Sei que devo respostas, mas muitas vezes não sinto necessidade de falar, de me expressar, de justificar minhas ações, ausências ou presenças. Eu sou isso: o vago.
Honestamente, não penso em mudar. Não me esforço para ser diferente. Não sinto que devo explicar por que meu perdão não lhe serve de nada, porque, no fim das contas, qualquer mágoa também não me serve. Não me afeta, não me comove. Perdoo porque as ações não me causaram dor, nem felicidade. Não me tornaram maior ou menor, mais leve ou mais pesada. Não me atingiram. Sinceramente, não há o que explicar. Há anos sou assim... como eu disse, o vazio, o incompleto.
Sou o ego, a fúria, a arrogância que um dia explodiram e, no final da noite, simplesmente se dissiparam. E fizeram isso sozinhos, sem se preocupar se ainda restaria algo no meu peito. Não quero diálogos sobre como a vida deveria ser. A vida apenas é. Não quero conselhos sobre como se deve viver, porque, no fim das contas, cada um é o que é, vivendo a sua única existência. Não há certo nem errado.
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Posted 3/16/2025, 5:00 AM