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Procrastinação é uma arte, e eu sou uma artista incompreendida

O problema não é a falta de tempo, mas sim a quantidade absurda de pensamentos aleatórios que resolvem fazer um flash mob na minha cabeça no exato momento em que eu deveria estar sendo produtiva.

Por exemplo: por que facas são tão caras? Elas literalmente existem desde a Idade da Pedra. E como é que a gente decidiu que azul é uma cor calmante, mas também a cor da tristeza? Isso não é contraditório? Enfim.

Tudo na cozinha parece no lugar, mas de repente surge um abridor de latas aleatório e ninguém sabe de onde veio. Será que é assim que os problemas aparecem? Do nada, igual aquele garfo de plástico que eu jurava ter jogado fora?

E falando nisso, por que sempre tem um talher favorito? Ninguém fala sobre isso, mas todo mundo tem um garfo específico que gosta mais. Se ele some, parece que tudo sai do eixo. Como se fosse um amuleto secreto da cozinha. E se isso for uma metáfora da vida? Talvez eu esteja depositando minha estabilidade emocional em um talher.

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Enquanto isso, a lista de coisas que eu realmente deveria estar fazendo só cresce.

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Aprender a surfar sem parecer um boneco inflável à deriva.
Tentar fazer um grafite que não pareça rabiscos de uma criança hiperativa.
Sobreviver à turnê sem me perder nos bastidores ou esquecer a letra no meio do show.
Pegar autógrafos sem errar o nome do artista (sim, já aconteceu).

Se você já se pegou encarando a parede pensando em como os talheres na gaveta são organizados por um sistema invisível de hierarquia social, ou já usou a beleza de um cachorro da internet como argumento para fugir das responsabilidades, saiba: você não está sozinho.

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Eu e meu gatinho novamente, para matar a saudade de fotinha dele aquiッ